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domingo, 22 de julho de 2012

Ruas selvagens


Ruas selvagens (Savage streets, 1984) poderia ser definido como a pura materialização da fúria e inconsequência juvenil da hoje já distante década de 1980. Dirigido pelo pouco quisto Danny Steinmann, que esteve à frente do não menos execrado Sexta-feira 13 - Parte V: Um novo começo (Friday the 13th: A New Beginning, 1985), o filme conta a história de uma garota chamada Brenda, interpretada por Linda Blair (a menina de O Exorcista), que lidera um grupo de garotas doidivanas que estudam em uma típica escola dos EUA, isto é, em um lugar onde podemos encontrar uma grande lista de arquétipos dessa estirpe de cinema como líderes de torcida gostosas, professores trouxas, diretor linha-dura, galera barra-pesada etc.


As garotas se envolvem com uma gangue, os Scars, depois que os membros desta quase atropelam a irmã de Brenda, Heather (personagem interpretada por Linnea Quigley, linda figurinha carimbada de muitas produções bagaceiras). Após esse episódio a coisa foge do controle, pois surge uma imensa discórdia entre os dois grupos que culmina no estupro de Heather e, lá pelas tantas, num assassinato que irá finalmente fazer com que a ira da protagonista exploda de uma vez. Quando Brenda decide tentar eliminar todos os Scars, o filme ganha certa força.

Ruas selvagens é aquela coisa para quem tem curiosidade e apreço pelo que há de mais extravagante em termos de filme sobre vingança, um esporro elevado à ultima potência do divertimento barato e até mesmo nonsense. Sobram peitos à mostra, inclusive os de Blair, cenas de violência, palavrões e rock 'n' roll. Em certos momentos lembrava, sempre levando em consideração as devidas e enormes diferenças (de qualidade, principalmente), dos filmes de rua de Abel Ferrara, como O assassino da furadeira (The driller killer, 1979) e Sedução e Vingança (Ms. 45, 1981), e também, claro,  de alguns filmes de gangue populares nos anos 70 e 80.



O produto que Steinmann entrega, quando não se perde em seus furos e em alguns exageros, consegue ser  interessante, principalmente para quem gosta das mais desconjuntadas reflexões sobre juventude ou simplesmente não se aguenta de curiosidade quando o assunto é aquele filme de gosto duvidoso que muitos não ousam assistir ao lado da família em uma noite animada de sábado.

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