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terça-feira, 6 de março de 2012

Top filmes 2011

Voltando a este espaço e, com enorme atraso, comentando meu Top filmes 2011 (filmes que chegaram ao circuito comercial brasileiro nesse referido ano), já publicado junto aos dos demais membros da equipe do site Cineplayers. Segue a lista.

1° - Cópia Fiel (Abbas Kiarostami)
É o que dizem por aí: o filme ocidental de Kiarostami. Aqui, o iraniano busca - à F for Fake - congestionar a noção de vida e arte, misturando tudo ao gosto de uma reflexão profunda sobre o valor do original e da cópia. Tudo muito humano. Filmaço.

- Caminho para o nada (Monte Hellman)
Nesse retorno do diretor de obras do cacife de Corrida sem fim, assistimos a um filme que possui outro filme dentro si. Como já havia comentado no Cineplayers, é Hellman absorvendo da melhor maneira tudo que o século XXI pode oferecer e entregando um dos trabalhos de maior potencialidade diegética dos últimos anos. É metalinguagem que desloca.

- Singularidades de uma rapariga loura (Manoel de Oliveira)
O centenário Manoel de Oliveira nos presenteia com um bonito filme, uma releitura do conto de Eça de Queirós, adaptado ao século XXI. Belos quadros e alguns outros detalhes característicos do cinema do português fazem deste pequeno trabalho uma das experiências mais agradáveis do ano que passou.

- Homens e deuses (Xavier Beauvois)
Excelente trabalho de Beauvois sobre crença, decisões e coexistência. Muito equilibrado ao tratar de religião e política.

- A pele que habito (Pedro Almodóvar)
Almodóvar está ali, bem posicionado, maquinando revelações que justificam o título de seu filme, e tudo sai tão bem. E a pergunta que fica é: o que vale mais, forma ou conteúdo? Acho que no fundo é isto: mais que uma questão de "pele".

- Inverno da alma (Debra Granik)
Cinema independente seco e bem talhado.

- Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas (Apichatipong Weerasetakhul)
Assisti a este filme duas vezes e digo que uma terceira oportunidade se avizinha. Eu ainda estou buscando aquilo que quis ver quando dele só conhecia a sinopse. É denso e bonito de se ver. Acho que as melhores palavras sobre ele são as de Inácio Araújo, que disse que "Tio Boonmee pede que entremos nas pontas dos pés", pois o longa de Apichatipong exige respeito, distância contemplativa de suas fortes imagens. O cinema do tailandês me instiga, apesar de ainda estar tentando encontrar algo que sei que se faz presente nesse seu mais recente trabalho e que de mim foge constantemente. Vai ver que é culpa do meu pouco conhecimento acerca de sua filmografia.

- O garoto da bicicleta (Jean-Pierre Dardenne, Luc Dardenne)
Um golpe presto e objetivo dos irmãos Dardenne que lida muito bem com as questões levantadas, mas nada mais que isso.

- Super 8 (J.J. Abrams)
Filme-nostalgia, com gosto forte de Spielberg, falho como qualquer outro bom longa que esteja bem distante de uma obra-prima. É friamente calculado e não possui um desfecho lá muito satisfatório. Ainda assim, é diversão em boa forma.

10°- A árvore da vida (Terrence Malick)
Este aqui despertou os mais diversos sentimentos. Boa parte da chamada "crítica dura" o taxou de vazio e, até onde sei, poucos membros desse grupo o consideraram algo próximo a uma obra-prima. The tree of life é ousado, há muito a ser dito ainda, a se conhecer sobre ele. Talvez eu esteja errado, mas creio que Malick fez um filme para a posteridade. Vi uma vez apenas, e também estou longe de colocá-lo sobre um pedestal. Entretanto, acho que o mais justo é dar tempo ao tempo.

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